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A Belle-Époque em Belém do Pará (Brasil).

  • morhyjr
  • 28 de mai. de 2017
  • 3 min de leitura

Belém, a francesinha da Amazônia


- O que foi a Belle-Époque em Belém do Pará?




Nos idos anos de 1870 o volume de borracha – produzida a partir da seiva da seringueira (látex)- era extremamente requisitada para a fabricação de pneumáticos, feito pelo processo de vulcanização da borracha, elaborado por Charles Goodyear.

A monumental floresta da Amazônia era rica em árvores de seringueira, até então pouco explorada.

No Nordeste brasileiro a catástrofe ambiental promovida pela seca levou milhares de famílias a migrarem para o Norte do País, ficando estas pessoas conhecidas como os “flagelados da seca”.

A união de mão-de-obra barata e a matéria prima infindável de látex gerariam uma imensa produção de riquezas para os seringalistas, negociantes do látex e burocratas diversos. Nesta época Belém do Pará seria o principal sítio de escoamento da produção.

Residindo nesta capital estes novos ricos passaram a exigir uma cidade à altura de suas posses, gostos e tipos variados de entretenimento.

Neste período surge a figura política das mais importantes, dinâmicas e capaz que este Estado já vira: O intendente Antônio Lemos.

Antônio Lemos era um obcecado administrador, que imprimiu em sua gerência uma espetacular reurbanização desta capital, tudo aos moldes franceses da época, que tinha sua cultura relacionada ao movimento artístico Art Nouveau.

Antônio Lemos

Sob o governo de Lemos houve um intenso investimento em:

Sanitarismo:

- Recolhimento e envio de lixo e animais mortos ao novo crematório central da cidade;

- Criou-se um moderno sistema de esgotos;

- Fez valer um novo Código de Postura do Cidadão, concretizado pela atuação da Guarda Municipal;

- Calçamento de ruas e avenidas, drenagem de pântanos;

- Criou-se o Matadouro Público para que a carne fosse inspecionada e manipulada por profissionais competentes;


Transporte:

- Uma firmas Inglesa fechou acordo com o governo de Lemos para criação de uma rede de transportes Públicos para diferentes setores sociais: Os Bondes elétricos; já que como a cidade estava em franca expansão os trabalhadores da periferia estavam residindo cada vez mais longe dos postos de trabalho e os burgueses desejavam também se locomover em bondes a parte da massa proletária.

Entretenimento:

- O cinema Olympia (primeiro cinema de rua do Brasil), foi inaugurado em 1912 e era onde os luxuosos vestidos das damas eram exibidos como num espetáculo à parte.

- Quiosques de ferro para pequenas vendas- desenhados em Art Nouveau- foram alocados em diversos pontos da cidade. Hoje só resta um, localizado na Praça da República próximo ao Teatro da Paz, e ainda em funcionamento.



Muito ainda se pode citar dos feitos do governo de Antônio Lemos, como: Construção do teatro da Paz, implementação de luz elétrica nas vias, delimitação de áreas verdes, como o Bosque Rodrigues Alves, escoamento da produção via trem de carga, criação do Mercado Municipal do Ver-o-Peso...


Porém....

O tempo passou sem que houvesse um processo de criação de indústrias ou outras formas de independência econômica.

Na Ásia as plantações de Seringueiras começaram a produzir látex em grande escala, fazendo cair o preço deste produto e seus derivados no mercado internacional.

Os sucessivos administradores públicos de Belém não tiveram mais interesse ou talento de lutar por essa capital...

Até que...

Em 1912 chegou-se ao fim do que ficou historicamente conhecido como O Ciclo da Borracha no Pará, que levou ao declínio e desaparecimento desta e fascinante Belle-Époque em Belém do Pará.


Belém hoje. Vista do mercado do Ver-o-Peso

O que restou


Fontes consultadas:

- Belém, Riquezas produzindo a Belle-Époque (1870-1912).

Autora: Maria de Nazaré Sarges.

Editora Paka-Tatu. 2ª Edição – 2002. Coleção Açaí.



- Arte e Cultura na Belém da Belle-Époque.

Autores: Tatiara R. Ferrante.

Cellayne P. B. de Souza.

Revista Trías, ano III, número 6, 2013.

 
 
 

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