top of page

O Lado Sombrio dos Contos de Fadas

  • morhyjr
  • 22 de out. de 2017
  • 2 min de leitura


O Lado Sombrio dos Contos de Fadas

Autora: Karin Huek.

Editora Abril / Superinteressante.

(2016)

292 págs.

Ilustrações: Pedro Piccinini.



Este ensaio é um saboroso e informativo passeio pela antropologia social que produziu os contos de fadas ao longo dos tempos, suas variações, seus enredos retocados inúmeras vezes, até os dias atuais.

Segue um apanhado geral do que foi dito.



As narrativas de contos de fadas datam de épocas imemoriais e a medida que vão se espalhando pelo globo são adaptadas aos gostos e costumes de lugares e períodos distintos.

Classificando os contos de fadas por semelhanças e diferenças, Antti Aarne em 1910, agrupou os contos populares finlandeses numa tabela.. Stith Thompson em 1961 ampliou o leque de estórias nesta tabela, que passou a incluir os contos mundiais.

Hoje esta tabela é conhecida como Sistema de Classificação Aarne-Thompson.

As estórias, sejam elas de cunho religioso, folclórico ou mitológico, vêm ao encontro de um sentido para a existência humana, uma necessidade lógica que explique e nos aliviem das angústias, medos e inseguranças, de habitar um mundo absurdo e por vezes hostil.

Os contos de fadas são estórias breves, com forte carga dramática e de estrutura repetitiva, que facilitam a memorização e aumentam a atenção do público.



Teoria para a recorrência dos temas dos contos de fadas:

  1. Arquétipos: A mente humana guarda resquícios inconscientes de tempos primitivos. São temas ou figuras simbólicas que se repetem em qualquer lugar do mundo, o que explica o porquê dos contos de fadas serem por vezes tão parecidos em seus núcleos em regiões e tempos tão distintos.

  2. Transmissão oral: Gostamos de inventar e compartilhar estórias de apelo universais, como: o medo da morte, rivalidades entre irmãos, o desconhecido...

  3. Passamos assim a propagar as estórias de geração em geração, de cultura em cultura, e de regiões próximas e às longínquas.




Sobre os casamentos nos contos de fadas

Em épocas passadas os casamentos eram vistos como um “negócio” entre famílias, eram uniões de conveniência social-econômica, dos quais os nubentes não interferiam na escolha dos parceiro.

Muitas vezes o esposo era mais velho e, por lei, tinha o direito de agredir fisicamente suas esposas.

Os contos de fadas com seus príncipes encantados e o final clássico: “E foram felizes para sempre” eram um bálsamo e lenitivo para as ansiedades e medos das moças casadoiras.



Os alimentos


A fome grassava na Europa Medieval, principalmente entre o imenso contingente campônio, por isso, muitas estórias tinham forte apelo alimentar.

Ex.: João e Maria foram abandonados na floresta, por seus pais não terem mais como alimentá-los. Logo, as crianças encontram uma casa feita de doces e pão de ló.



As mulheres e outros Demônios

Antigamente, a presença de madrastas eram bastante comuns, já que a morte no parto vitimava inúmeras parturientes; não havia noções de higiene modernas, antibióticos e assistência médica. Os pais viúvos logo viam-se na necessidade de casarem outras vezes para que seus filhos fossem criados.

O que acontecia era que as madrastas passavam a ofertar mais cuidados e atenções à seus filhos legítimos, em detrimento dos pequenos enteados.

Ex. Cinderela com sua madrasta e filhas más.


Em segundo lugar, mães narcisistas, egocêntricas e vaidosas viam nas filhas adolescentes um crescente perigo a seu reinado de beleza e atenções, já que quando a menina adquiria viço e sensualidade a beleza da mãe já estava em seu ocaso.

Ex. Branca de Neve é perseguida até a morte pela rainha má e seu espelho mágico.


 
 
 

Comentários


Destaque
Tags
  • Facebook B&W
  • Twitter B&W
  • Google+ B&W
bottom of page