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Sempre em Movimento

  • morhyjr
  • 7 de nov. de 2017
  • 3 min de leitura

SEMPRE EM MOVIMENTO

Autor: Oliver Sacks.

Editora: Companhia das Letras

Ano de publicação no Brasil: 2015.

Autobiografia rica em fotografias coloridas e em p/b das épocas narradas.



Características da Prosa:

Composição em blocos temáticos, não lineares, com frequentes retrocessos no tempo e no espaço. Prima pela objetividade, sem sentimentalismos, embora haja belos momentos líricos. Não expressa em seu texto paixões mais calorosas nos seus relacionamentos afetivos.

Não é um texto estilisticamente marcado; narrativa fluida; diferentemente de suas obras mais conhecidas, aqui, Oliver não insere inúmeras notas de rodapé, desconcentrando o leitor do núcleo da narrativa, não deixando tudo prolixo ou redundante.



Enredo:

Este é o mais bem escrito texto de Oliver Sacks, é seu último livro antes da sua morte, seu Magnus Opus, seu Grand Finalle. Aqui Oliver Sacks é seu próprio assunto, seu grandioso “caso”.

Mantém uma abordagem holística que revela o homem em seus aspectos Biopsicossociais.

Por décadas manteve diários pessoais, de viagem, das suas aventuras pelo mundo e de suas doenças finais. E agora ele nos revela tudo!

Por muito tempo, desde os anos de estudante de medicina na Inglaterra, fez usos constantes e cavalares de anfetaminas e, para conseguir dormir, usava barbitúricos. Nesta época efeitos colaterais perigosos vieram a ocorrer, como: Inapetência, emagrecimento, surtos alucinatórios...

Revela sua homossexualidade exclusiva, de forma algumas vezes chocante (sua mãe, judia fervorosa, disse-lhe com desprezo, quando soube da sua “opção sexual”: - Você é uma abominação!).

Na juventude desenvolveu uma intensa paixão por motos, percorrendo milhares de quilômetros pelas rodovias interestaduais Norte-Americanas; visitou o Canadá, Califórnia, desertos e outros- sempre acompanhado por sua máquina fotográfica profissional.

Uma outra grande paixão era por Fisiculturismo, ao qual Sacks se dedicava intensamente, batendo inclusive o recorde de agachamento com carga na Califórnia.

Relata que começou sua incursão nas ciências médicas como pesquisador, no que se revelou um fracasso, passando então aos estudos clínicos em neurologia.

Ao debruçar-se sobre temas e casos da neurologia resolveu escrever seu primeiro livro: Enxaqueca. Mas não foram poucos as barreiras que se levantaram: o chefe da clínica de enxaqueca onde trabalhava o proibiu de lançar o livro, pois, este ia de encontro às abordagens médicas ortodoxas da época – como afirmar que haviam enxaquecas sem dor de cabeça! Para o nosso bem, de seus pacientes e de sua carreira profissional Oliver Sacks continuou.

Em seguida veio um segundo livro: Tempo de Despertar, sobre pacientes comatosos pós-encefalíticos, que vieram a “acordar” após administração de uma nova droga: a L-DOPA.

Com o sucesso do livro com a suas “excentricidades” os estúdios de filmagem logo interessaram-se a filmá-lo.

Oliver Sacks descreve em detalhadas narrativas os causos de bastidores do filme homônimo, com Robert de Niro e Robbin Williams. A equipe de filmagem, seus atores,... passaram semanas estudando os pacientes pós-encefalíticos sob efeito da L-Dopa, para “entrar “ no mundo destas pessoas.

  • O próprio Robbin Williams conviveu diariamente com o Dr. Oliver Sacks para poder imitá-lo à perfeição.


Ao longo do livro Oliver Sacks revela os encontros produtivos e variadas discussões com intelectuais de ponta do 1º mundo, como com Francis Crick sobre o atual e sobre o futuro do desenvolvimento da neurociência. Com farto material teórico e científico.


Comentários:

Bem... uma miríade de fatos é narrado, comentei somente um pouquinho do todo.

Outros filmes e outros trabalhos sobre os escritos de Sacks surgiram e ainda surgirão para nos educar e emocionar. Fiquem atentos às novidades!

Este livro é para todos aqueles que amaram Oliver Sacks, como eu, que li seus mais importantes trabalhos enquanto eu era estudante de Medicina passando a olhar com mais carinho os pacientes que estudava!

O título do livro é uma referencia a um poema de seu grande amigo Thom Gunn, que o escreveu aos vinte anos e mostrou-o a Sacks.



Oliver Sacks faleceu em 30 de Agosto de 2015, em Manhattan, NY, EUA. Em decorrência das complicações de um Melanoma na Retina direita.



 
 
 

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