Maria-Fumaça: Romance ou Novela?

O trem Maria Fumaça esta em permanente exposição na Praca do Estrela em Castanhal-Pará-Brasil.

Na literatura contemporânea existe um preconceito muito forte quanto a forma Novela, sendo esta considerada como de futilidades e de entretenimento. Mas não esqueçamos:

- “O Tempo e o Vento”, de Erico Veríssimo, muito elogiado e por vezes adaptado, é uma Novela , onde é descrito a saga histórico-social da região Sul brasileira. - A “Trilogia do Íbis”, do premiado escritor indiano Amitav Gosh, que gosto muito, também é Novela, e aborda os aspectos mais dramáticos da relação colonial entre Inglaterra e Índia durante a época da Guerra do Ópio. - E este ”Maria-Fumaça” , apesar de vir impresso na capa Romance, também é Novela.

Segue então as características em que me baseio para esta classificação – de acordo com as análises de Massaud Moisés no seu livro” A Criação Literária”.

1- Quase não há perfil psicológico dos personagens, suas reflexões , fluxos de pensamento... 2- De grande clareza e objetividade o narrador é quase como um cronista. 3- Enquanto lemos ficamos entusiasmado pelo o que há de vir em seguida; 4- Há ilimitadas possibilidades de inserção de Células-Dramáticas, enquanto que no Romance , ao fim da estória, tudo se encerra. 5- Há numerosos personagens que entram e saem da narrativa.

Uma curiosidade: Quando o personagem imigrante e libanês Tufic sai em busca de seu primo Nagib na Belém do Pará no início do século XX, encontra diversos árabes locais, incluindo um Morhy! Com este sobrenome e nesta época somente meu avô paterno se encontrava aqui. Seria realmente ele ? Acho que sim!