Assim é (se lhe parece)

Estive recentemente em São Paulo e, com minha irmã Annete Morhy e seu marido Pedro Savério Penna , fomos assistir uma peça teatral no Teatro Itália, peça esta adaptada do conto “A Sra. Frola e o Sr. Ponza, seu genro” de Luigi Pirandelo, apresentada há 100 anos. Dirigido por Marco Antônio Pâmio, esta peça foi bastante premiada.

A apresentação foi no teatro Itália no dia 16/06/2017.

Enredo: Chega a uma cidadezinha provinciana uma estranha família: O Sro Ponza , burocrata misterioso e agressivo e que habita um apartamento no último andar de um prédio na periferia da cidade. Mora com a nunca vista “esposa”. Sua sogra Sra. Frola mora em outra residência, mais ao centro da cidade. Todo dia a Sra. Frola dirige-se às proximidades do prédio de sua filha e acena para esta, retornando em seguida à sua morada. Que mistério envolve esta estranha situação? Os mais influentes citadinos , com intensa curiosidade e incapazes de desvendar este segredo, intimam a Sra. Frola e o Sr. Ponza a se manifestarem. Tanto o Sr Ponza quanto sua sogra relatam uma dramática estória, sendo uma versão em conflito com a do outro. Quem tem razão? Nem os personagens nem o público terminam a peça com uma resposta “verdadeira” ou satisfatória. Assim como as dos citadinos nossas certezas são jogadas para todos os lados pelas várias e verossímeis versões apresentadas, gerando uma confusão generalizada.

Comentários: No fim da peça o diretor e os artistas abrem o microfone à plateia para fazerem perguntas e comentários.

Eu fiz uma pergunta: - Esta peça revela a impossibilidade de subjetividade humana em esclarescer o drama; mas a objetividade da ciência não mudaria isso? Como resposta foi-me dito que a própria ciência muda de respostas ao longo dos tempos.

No dia seguinte minha irmã comprou um livro com novelas de Pirandelo, na livraria cultura do Conjunto Nacional. Acho que ela gostou, não?

#Teatro