A Saúde Mental no Nordeste da Amazônia – estudo de pescadores artesanais III parte
- morhyjr
- 20 de jul. de 2017
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Tese defendia pelo Ph D. Benedito Paulo Bezerra em 2002.
Local do Estudo:
Município de Vigia, localizado no Nordeste do Estado do Pará – Brasil.
Motivos:
A pesca é a atividade econômica mais importante nesta localidade;
A pesca industrial, a instalação de hidrelétrica, as atividades madeireiras e outros. Vêm trazendo grandes prejuízos à população de pescadores artesanais, tanto de ordem econômica, quanto cultural e ao meio-ambiente. Isto já vem ocorrendo há pelo menos 20 anos.
Muitas pesquisas que vêm se desenvolvendo alertam para o fato da exploração e espoliação em que estão sujeitos os pescadores artesanais, porém, não há estudos que abordem a saúde mental destas populações..
De modo geral os pescadores artesanais são homens semialfabetizados, mal alimentados e vivem em condições insalubres, como:
- Frio/ calor excessivos,
- Solidão em alto-mar,
- Medo da morte,
- Distância da família,
- Rudeza do trabalho braçal.
Para este estudo foram entrevistados 451 indivíduos, entre pescadores artesanais (221) e população não-pescadora (230).
Cada entrevista teve duração média de 75 minutos, e foram selecionados apenas os indivíduos do sexo masculino e maiores de 15 anos.
Instrumentos utilizados na pesquisa:
-CIDI – roteiro para a abordagem das entrevistas.
- CID-10 : Para classificação das doenças,
- DMS – IV: para construção das tabelas estatísticas.
Observações:
- Maior proporção de indivíduos sem escolaridade estão entre os pescadores (25%) do que os não pescadores.
- Renda mensal: R$ 266,00 dos pescadores contra R$ 190,00 dos não-pescadores.
- Ocorrência de muito mais doenças mentais entre os pescadores, cita:
- tabagismo
- Uso abusivo de álcool,
- dependência de álcool,
- Esquizofrenia,
- Distimia,
- Agorafobia,
As mulheres não entraram neste estudo por raramente participarem das atividades pesqueiras, pois-lhes são atribuídos poderes mágicos desestabilizadores, que poderiam prejudicar a pesca.
Há alta prevalência de esquizofrenia entre os pescadores, possivelmente em decorrência de constantes agravos psicológicos já citados,
- Há baixíssima ocorrência de depressão entre a população pesqueira, possivelmente pela estabilidade climática da região.
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