A Loucura de Almayer
- morhyjr
- 29 de jul. de 2017
- 2 min de leitura

Autor: Joseph Conrad
Editora: Revan.
Enredo:
O jovem Almayer, de mãe holandesa, é empregado nas atividades burocráticas e mercantis do rico Inglês Sr. Lingard, em Bornéu - Oceania.
Seus sonhos de riqueza são atiçados com a proposta do Sr. Lingard de que Almayer se case com sua filha adotiva e malaia e, quem sabe, ir morar na Europa, desfrutando de poupuda herança.
Alguns anos após o frio casamento arranjado Almayer torna-se pai da bela Nina, que encanta a todos.
O empreendimento de Lingard naufraga e agora todos estão pobres, porém ainda nutrem a esperança de conquistas financeiras através da exploração das potencialidades econômicas na região. O Sr. Lingard vai para a Europa em busca de financiamento para nova empreitada e... desaparece!.
Assim tem início a saga deste "holandês" que luta contra as adversidades naturais, familiares e contra competidores árabes no comércio da região.
Comentários:
1- O título deste livro de Conrad em Inglês é Almayer´s Folie, sendo que folie pode ser traduzido tanto como Loucura quanto por Habitação Simples; ambas as traduções se encaixam na estória já que Almayer é excentrico aos olhos europeus e também constrói uma bela habitação para uso de viajantes que passam pela região.
2- O holandês Almayer realmente existiu , tendo Conrad tomado conhecimento de sua história durante os anos que passou embarcado nos navios que faziam a rota das ilhas do Pacífico Sul. Nas suas memórias Conrad cita que transportou uma vaca para a ilha de Almayer, a pedido deste. Sabe-se que Almayer ainda estava vivo quando Conrad lançou este seu primeiro romance.
3- Conrad nunca foi antropólogo, foi um marítimo que se tornou grande ficcionista quando da transição do Romantismo Elisabetano e o Modenismo nas belas-letras inglesas .
Vejamos algumas críticas a seus livros:
Chinua Achebe (Prêmio Nobel Africano) nos mostra furiosamente o forte racismo de Conrad contra negros africanos em O Coração das Trevas : Os negros não falam, são secundários na trama e facilmente manipuláveis. Vivem dançando ao redor de fogueiras , sem cultura e imersos em selvageria.
Repito: Joseph Conrad nunca fez Antropologia!
Está impregnado de preconceitos eurocêntricos de sua época mesmo quando tenta denunciar a brutalidade europeia contra a população negra, malaia, etc...
Mas é muito bom quando retrata os dramas da vida marinheira que se passam em veleiros. Muito bom quando nos mostra a vida e drama de europeus civilizados perdidos em distantes ilhas do Pacífico Sul...
Sua estética:
Ler Conrad é sobretudo uma experiência visual. Da mesma forma que ele pinta a atmosfera em florestas virgens , rios esfumaçados pelas brumas, também oculta-nos muitas visões e esclarecimentos, por isso seus livros são enquadrados na estética Impressionista.




















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