Em Busca do Tempo Perdido - no caminho de Swann.
- morhyjr
- 7 de ago. de 2017
- 3 min de leitura

Autor: Marcel Proust.
Editora: Globo. 2016
Número de páginas: 558
Tradutor: Mário Quintana.
Narrativa em 1ª pessoa.
Narrador: Onisciente e Onipresente.
Fluxo da Narrativa: Muito lento.
Tempo: Psicológico.
Fortemente visual e descritivo.
Extremamente subjetivo.
Memorialista.
Ação: A ação vai do quarto do narrador em criança aos bosques e passeios pelas redondezas da cidade francesa de Combray (fictícia).
Enredo e comentários:
Criança negligenciada que assim que os hóspedes dos seus pais chegavam para o jantar, o pequeno narrador era posto para dormir sozinho por seus pais.
Angustiado o menino entregava-se a sonhos e devaneios, desejando intensamente que sua mãe fosse dar-lhe boa-noite e beijinhos, o que, algumas vezes, nem isto ocorria.
Há páginas inteiras descrevendo belas paisagens e a fria conduta dos aristocratas franceses.
Nem o nome do narrador atual ou na sua infância são pronunciados.
Os personagens delineados são os ícones da Aristocracia burguesa do século XIX, cujos hábitos, costumes e etiquetas acabavam por adoecer os mais sensíveis, como o próprio narrador e também a sua tia, solitária e neurastênica.
Tudo é nos dito de forma suave e delicada, como quando o Sr. Swann, amigo da família, apaixona-se por uma “cocote” e com ela tem uma filha, mas esta sua esposa não é recebida na mansão de Combray pelos seus pares.
Prosa:
São longos os parágrafos e entre o núcleo das ideias estão inseridas muitas digressões, o que trona difícil acompanhar o desenvolvimento da ação (em muitas passagens tive que voltar e reler o texto).
Há riqueza de metáforas, comparações e adjetivos.
O título do livro faz referência a 2 caminhos opostos e que passam por Combray: Um que leva à Guermantes e outro que leva à Miseglise, sendo que esta última passa pela propriedade do Sr. Swann.
Há muitas descrições de plantas e flores que não conheço, como: Pilriteiros, Eglantinas, Capuchinhas...

Marcel Proust
Comentários:
No Caminho de Swann foi escrito em 1912 e inicialmente recusado para publicação por 3 das maiores editoras francesas da época: Gallimard, Fasquelle e Olllendorf.
Proust resolve então custear sua própria obra e o livro é lançado em 1913 pela Editora Gasset. Logo o livro passa por leituras mais cuidadosas revelando assim um novo e grandioso artista.
Futuramente, após contrato firmado com a Editora Gallimard, André Gide, que trabalhava nesta editora, e que havia lido e recusado o manuscritos, confessa-se arrependido, justificando que, à primeira vista, o livro lhe pareceu tratar de um “esnobismo” escrito por um mundano amador.
Crítica da Editora Fasquelle: - “Após 712 páginas do manuscrito... não se tem nenhuma noção do que se trata. Qual é o propósito de tudo isso? O que tudo isso significa? Onde tudo isso quer chegar? – Impossível saber! Impossível dizer!”.
Curiosidades:
-José Mindlin, já idoso, declarou que pretendia reler toda a obra de Proust.
-Dra. Nise da Silveira disse que durante os anos de sua detenção, por atividades subversivas (que não ocorreu, tinha apenas livros emprestados por amigos comunistas), leu toda a obra de Proust.
-Jean Genet afirmou que enquanto preso, inicialmente divertiu-se ante a ideia de ler um livro de Proust, pois não tinha o hábito de leituras requintadas. Após ler uma passagem do livro confessa: "Senti-me calmo e passei o resto do dia refletindo sobre o que lí. Daí em diante, pela leitura de Proust, fui de maravilhas em maravilhas".
Notações:
Estou na metade do livro e farei uma pausa na leitura e não sei se retornarei a ela.
Publico minhas impressões até aqui e acho que já é suficiente para situar o leitor deste blog e orientá-lo, para estimulá-lo ou desestimulá-lo a ler.
Boa leitura.




















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