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Vozes do Abismo - A Missão África Central

  • morhyjr
  • 20 de ago. de 2017
  • 4 min de leitura

A Missão Vouler-Chinoine

Também conhecida como: Missão África Central.

Fontes:


Os Franceses, de Ricardo Correa Coelho. Editora Contexto. Wikipédia (em Inglês).


Comandante Paul Voulet Tenente Chinoine

A Missão Voulet-Chanoine foi uma expedição militar francesa criada em 1898 para a conquista de territórios africanos visando a unificação das colônias francesas neste Continente.

Composição:

Principais oficiais destacados: Paul Voulet e Julien Chanoine. 9 oficiais franceses.50 Senegaleses. 30 intérpretes, 400 auxiliares. 800 recrutas. A expedição estava equipada com artilharia pesada, armas de fogo, centenas de rifles e munição aos milhares. Inicialmente na Nigéria a expedição dividiu-se em duas colunas, uma ficou sob o comando do tenente Chanoine que deveria subir pelos rios, enquanto o oficial Voulet partia com seus homens em direção Sul. Na época o Ministro Francês para as Colônias deu carta branca aos oficiais da expedição, declarando:- “Não pretendo impor ordens ou interferir nos seus planos. Vocês podem tratar por si mesmos com os chefes africanos locais”. A medida que este imenso batalhão iam penetrando cada vez mais profundamente no território africano os mantimentos iam rareando, o que levou à saques e pilhagens das vilas e aldeias que iam encontrando no caminho. Voulet e Chanoine estabeleceram como ponto de encontro o Sudão francês, o que ocorreu em Janeiro, unificando-se as duas colunas.

Começam os massacres:

Em Sansanné-Haoussie houveram saques e cerca de 100 civis africanos foram assassinados, entre estes 30 mulheres e crianças, em retaliação à morte de 2 soldados expedicionários. Os massacres foram ficando cada vez mais frequentes à medida que a tropa ia avançando África adentro. Ainda em Janeiro o tenente Peteau enojado com o que presenciava declarou à Voulet que estava abandonando a expedição e que pretendia retornar ao Sudão francês, o que ocorreu em 29 de Janeiro de 1899. Voulet o dispensou e deu a seguinte notificação: “Fraco em disciplina e de entusiasmo”. A Carta Em 15 de Fevereiro Peteaus escreveu e enviou uma carta ao seu finnancé, com riqueza de detalhes das atividades truculentas cometidas sob o comando de Voulet e Chanoine. Esta carta foi enviada ao Ministério das Colônias: Antoine Guillan, que deu ordens para prender Voulet e Chanoine e substituir sua liderança pelo oficial Klobb. Klobb então partiu imediatamente de Timbuktu encabeçando uma pequena tropa. Enquanto isso, em 16 de Abril a Missão África Central encontrava forte resistência a seus avanços em Lougou, Por vingança ocorreu o pior massacre da história colonial francesa: Voulet escravizou todos os habitantes da vila Birni- N´Konni e matando milhares de citadinos.


Um rastro de horror e sangue

Sempre no encalço de Voulet e Chanoine, Klobb ia se deparando com os resquícios dos horrores cometidos pelos expedicionários: Corpos de guias locais mortos sumariamente, corpos de mulheres amarradas em árvores, restos de crianças assadas... Em 10 de Julho após uma jornada de 200 Km. O oficial Klobb chega em Damangore, onde é informado das proximidades da expedição de Voulet. Klobb envia um sargento com dois auxiliares para que seja entregue uma carta informando a Voulet e Chinoine que estes estão afastados do comendo por ordens superiores, devendo retornarem à França imediatamente. Voulet compartilha com Chinoine do conteúdo da carta, porém, a esconde dos demais oficiais. Em resposta Voulet afirma ter 600 armas de fogo contra 50 de Klobb e as usará se Klobb ousar se aproximar. Em 13 de Julho ocorreu um último massacre após os habitantes locais matarem 2 dos homens de Voulet. 150 mulheres e crianças foram escravizadas. Nesta mesma manhã Voulet envia uma 2ª carta, alertando Klobb para não se aproximar. Na manhã seguinte Klobb chega em Dankori, onde Voulet o esperava. Vestido de uniforme, expondo suas medalhas e sem intimidar-se, Klobb prosseguiu; Voulet então, deu ordens a seus soldados a abrirem fogo. O oficias Klobb foi alvejado e morreu. Nesta mesma manhã Voulet dirigiu-se a seus oficiais e retirando suas medalhas declarou:

- “Não sou mais francês. Sou um comandante negro. Com vocês fundarei um império”. Em 16 de Julho um informante notificou Voulet que a tropa se amotinava. Numa ironia trágica Voulet deu ordens para abater o informante em frente a tropa por não ter relatado o incidente a tempo de evitar o motim. Voulet intimou seus homens a permanecerem leais a ele, enquanto abatia a tiros os amotinados. A tropa reagiu, matando Chinoine , enquanto Voulet se refugiava numa aldeia vizinha. No dia seguinte ao motim Voulet tentou entrar no acampamento exigindo subserviência dos soldados, como o sentinela foi ameaçado de morte, este, atirou em Voulet matando-o com um tiro. Os oficiais expedicionários ficaram agora sob o comendo de Pellier. Seguiu-se novas conquistas, como a de Zinder, em 30 de Julho. A tropa forçaram Pellier a leva-los para o Sudão Francês e concluir a expedição. O que ocorreu, embora ocorresse mais algumas conquistas. O Final Embora o Governo Francês tentasse acalmar os ânimos de seus conterrâneos, foi aberto uma comissão para julgar o ocorrido. Pellier foi elogiado e recebeu condecorações e postos mais elevados ao longo da vida; Já Voulet e Chinoine foram declarados insanos devido ao calor das selvas africanas.

 
 
 

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